7 de maio de 2024
Raiza Goulão - Foto: Luiz Barra / Divulgação

Raiza Goulão alcança ranking histórico no mountain bike brasileiro

Após iniciar 2016 no top 20 do mundo, ciclista goiana subiu para o 15º lugar no mundo, nesta semana, com o vice-campeonato Pan-Americano na Argentina

A goiana Raiza Goulão acaba de entrar para a história do mountain bike do Brasil. No ranking divulgado pela UCI (União Ciclística Internacional) nesta terça-feira (5) a atleta do Shimano Sports Team subiu para 15º do mundo, com 1.151 pontos. Como resultado, Raiza passa a ser a 2ª maior atleta da história do MTB brasileiro, atrás apenas da lenda viva da modalidade, Jaqueline Mourão.

Com quatro vitórias em seis provas e o lugar no pódio nas outras duas disputas, a ciclista do Shimano Sports Team somou 460 no período, de 540 possíveis, e iniciou o ano olímpico com tudo. Na corrida pela vaga do país-sede na Rio 2016, Raiza viu sua vantagem de 225 pontos para Isabella Lacerda subir a 417, faltando menos de dois meses para fim do ciclo olímpico.

Raiza Goulão - Foto: Fabio Piva / pivaphoto.com
Raiza Goulão – Foto: Fabio Piva / pivaphoto.com

“Estou muito feliz com essa colocação no ranking. Não tenho palavras para descrever minha felicidade”, comemora Raiza. “O que definiu essa boa diferença de pontos para minha principal concorrente acredito que tenha sido minha estratégia em 2015 de ter um calendário maior de provas para poder me poupar em 2016. Desta forma, estou podendo focar agora o máximo no treino e também na performance. O reflexo disso é iniciar este ano com uma segurança maior, pela excelente vantagem de pontos, algo que me motiva para seguir treinando forte”, avalia a ciclista, que tem chegada ao Brasil prevista para o início da noite desta quarta-feira (6), em São Paulo.

Na semana passada a ciclista, que é a líder brasileira do ranking mundial há exatos dois anos, teve mais um importante desafio na caminhada rumo a Rio 2016. Bicampeã sub-23 na competição internacional em 2012 e 2013, Raiza disputou seu terceiro Pan-Americano de MTB na elite, pela primeira vez podendo sonhar mais alto. Após o nono lugar em 2014 e o décimo em 2015, o objetivo foi traçado e atingido. Com a medalha de prata em Catamarca, na Argentina, a goiana somou mais 150 pontos no ranking Olímpico e aproximou-se da vaga para Rio 2016.

Raiza na caça a Daniela Campuzano no Pan - Foto: Maximiliano Blanco / Shimano
Raiza na caça a Daniela Campuzano no Pan – Foto: Maximiliano Blanco / Shimano

“A ideia era somar pontos com um bom resultado, de preferência no top 5, por estarmos na reta final da classificação para Rio 2016. A pressão aumentou, mas eu sabia que era a hora de tentar definir logo e encaminhar a vaga. Em 2015 fui a décima colocada no Pan em uma condição que não era boa, pela altitude da Colômbia. Neste ano queria buscar um lugar no pódio, para deslanchar nos pontos e me aproximar da vaga na Rio 2016. Felizmente consegui esse feito, do vice-campeonato pan-americano, o que me deixa muito feliz e confiante”, revela.

Auto-estima crescente – Após encerrar 2015 com o título brasileiro e da principal ultramaratona de MTB das Américas, a Brasil Ride, neste ano já foram quatro vitórias: Taça Brasil de XCO, Abierto del Noa (ARG), Copa Lippi (CHI) e Copa Chile Internacional. “Está sendo o melhor início de temporada na minha carreira. Tudo a favor para aumentar a confiança. Não esperava conquistar tantos títulos em tão pouco tempo. Isso é fruto da minha dedicação e do apoio de todos que estão ao meu lado”, conta Raiza. “Fui elogiada pela Maja Wloszczowska (polonesa, quarta do mundo). Se Deus quiser conquistarei essa vaga para Rio 2016, para iniciar uma nova etapa na vida, com alta performance e me manter ao menos no top 20 esse ano”, deseja Raiza.

Sabor de vitória – Na Copa Internacional de MTB, em Araxá (MG), Raiza também sentiu-se vitoriosa, ao ser a melhor brasileira da competição, atrás apenas da campeã da etapa, a polonesa Maja Wloszczowska, top 5 do mundo, e da atual bicampeã pan-americana, a mexicana Daniela Campuzano. “Foi uma experiência incrível. A Maja e a Campuzano estão em um nível acima do meu e andar lado a lado com elas foi algo inexplicável. Mais objetivo que foi alcançado, o de conseguir ser a melhor brasileira na competição. Foi fundamental para minha motivação pedalar como pedalei lá”, relembra.

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