2 de novembro de 2024
Avancini na subida da Igrejinha - Fabio Piva / Brasil Ride

Henrique Avancini e Raiza Goulão confirmam o favoritismo e vencem etapa de XC da Brasil Ride

Dupla austríaca Daniel Geismayr e Hermann Pernsteneir mantém a liderança na classificação geral da competição

As 60 melhores duplas da Brasil Ride após a etapa Rainha, com o temido trecho de 14 km do Vietnã, largaram primeiro na manhã desta terça-feira (20) para os 30,8 km do Cross Country em Rio de Contas, na região da Chapada Diamantina, Bahia. Nas duas principais categorias, open e ladies, os atuais campeões brasileiros de XCO (Cross Country Olímpico) confirmaram o favoritismo. Enquanto Henrique Avancini levou a melhor entre os homens, à frente de Hans Becking (HOL) e Daniel Geismayr (AUT), no feminino Raiza Goulão foi a única a não ser cortada na última volta. Completaram o pódio da Ladies Annabella Stropparo (ITA) e Isabella Lacerda.

Vitória de Avancini - Foto: Christian Correa / Brasil Ride
Vitória de Avancini – Foto: Christian Correa / Brasil Ride

Henrique Avancini ditou o ritmo da prova e esteve na frente durante as quatro voltas, cada uma com 7,7 km. Consciente de estar pedalando com um ciclista jovem e ainda em início de carreira, o fluminense Wolfgang Soares, Avancini revelou sua estratégia. “Estava focado em vencer essa etapa. Como estou com o parceiro da minha equipe de desenvolvimento, a ideia é correr curtindo um pouco mais a Brasil Ride. Mas eu queria andar 100% no Cross Country e foi bem legal. O circuito novo é bacana, mais difícil ainda que o anterior, e já ataquei na metade da primeira volta, impus meu ritmo. E só consegui fazer isso porque consegui dosar bem as forças na disputa do dia anterior e não terminei tão no limite. Essa é a diferença, porque se você sofre demais ou vai além do limite na prova rainha, fica difícil competir bem no outro dia, acaba ficando realmente difícil imprimir um ritmo muito forte”.

Hans Becking, segundo colocado - Foto: Christian Correa / Brasil Ride
Hans Becking, segundo colocado – Foto: Christian Correa / Brasil Ride

Segundo colocado, o holandês Hans Becking avaliou seu desempenho e relembrou a temporada passada para manter-se confiante na briga pelo título. “Estou feliz, mesmo não conseguindo largar. Senti que os ciclistas atrás de mim viriam com tudo, então tive que manter um ritmo forte. Mesmo com um pneu furado na última volta, consegui garantir a posição”, relatou Hans. “Já me sinto bem, mas sei que o Cross Country foi fácil perto do que teremos nos próximos dias. Em 2014 perdemos 14 minutos em relação aos líderes na segunda etapa e mesmo assim ganhamos no fim. Está indefinido. Tudo pode acontecer”, completou.

Daniel chegou em terceiro e manteve liderança - Foto: Fabio Piva / Brasil Ride
Daniel chegou em terceiro e manteve liderança – Foto: Fabio Piva / Brasil Ride

Após abrir uma vantagem de 10 minutos na segunda etapa para os vice-campeões do dia anterior, Lukas Kaufmann e Hugo Prado Neto, a dupla austríaca formada por Daniel Geismayr e Hermann Pernsteiner não pensa em apenas administrar a vantagem. “Cross Country não é minha modalidade favorita. O percurso era bem complicado e na primeira volta não sabia que todos poderiam pedalar sem acompanhar as duplas, mas não perdi muito tempo e recuperei. Estamos satisfeitos com nosso desempenho e vamos para cima nas próximas etapas, fazer nosso máximo e tentar aumentar alguns minutos a nossa vantagem”, definiu Daniel.

Raiza confirmou favoritismo - Foto: Fabio Piva / Brasil Ride
Raiza confirmou favoritismo – Foto: Fabio Piva / Brasil Ride

Única mulher a completar a prova – Pelo regulamento do Cross Country, terceira de sete etapas da Brasil Ride, assim que o campeão do dia cruzasse a linha de chegada após quatro voltas, nenhum outro poderia abrir uma nova volta. Entre todas as mulheres presentes na primeira largada, apenas Raiza Goulão conseguiu não ser cortada antes de Henrique Avancini levar a bandeirada, evitando tomar os 70 minutos de penalização por volta.”Foi muito legal, minha estratégia foi manter o passo tranquilo na subida e me divertir na descida. Na primeira volta, vi que a italiana vinha forte na subida, mas na parte técnica ela estava apanhando muito. Consegui fazer a diferença na segunda volta e depois foi só manter um ritmo bem legal e me divertir.”

Já a italiana Annabella Stropparo foi cortada por muito pouco. Nos 400 metros finais, ela foi ultrapassada por Henrique Avancini. “Me sentia bem na liderança, mas na segunda volta tive uma queda muito dura e pensei ‘vou pegar leve e não me arriscar tanto, para não ter uma lesão. Todos os dias você gasta muita energia, então tem que ir com calma. Estou um pouco decepcionada porque foram nos metros finais que fui cortada. Ainda pedi por favor ao líder para não me ultrapassar, porque chegamos praticamente juntos. Infelizmente fomos penalizadas, Elena e eu. Sinceramente, para quem pedala, o tempo é muito grande. Quase impossível de recuperarmos”, analisou Annabella.

O terceiro lugar deixou Isabella Lacerda feliz. “Pelo que sofri ontem (segunda-feira), estar entre as três melhores é muito gratificante. Mesmo sendo a etapa após o Vietnã, consegui andar bem no Cross Country. Na segunda etapa, passei mal porque algo que comi me deu indigestão. Fiquei muito ruim nos últimos 30km. Vomitei umas 30 vezes e pessoal da ambulância não queria nem me deixar terminar, mas eu queria muito chegar. Quando faltavam 8 km, me deram soro, consegui me recuperar um pouco e cruzar a linha de chegada. Depois, tomei mais soro, fiz massagem, tentei dormir o máximo para me recuperar. Ainda estou com o corpo todo dolorido, mas o Cross Country é minha especialidade e consegui me sobressair um pouco”, completou.

Pódio feminino - Foto: Christian Correa / Brasil Ride
Pódio feminino – Foto: Christian Correa / Brasil Ride

Austríacos mantêm liderança geral – Após a realização da terceira etapa, os austríacos Daniel e Hermann, seguem com uma boa vantagem na liderança. São pouco mais de 19 minutos à frente dos campeões de 2014, Hans Becking e Jiri Novak, que somam 9h18min25. Henrique Avancini e Wolfgang Olsen estão em terceiro, com 9h27min30. No feminino, a distância da dupla líder, Raiza e Viviane, é ainda maior. Com 11h48min14, elas estão 1h04min a frente de Annabella e Elena. Isabella e Nina (EUA) aparecem em terceiro, com 14h08min12.

Resultados

Classificação Individual do Cross Country – Open

  1. Henrique Avancini – Cannondale/Ava Project – 1h34min40
  2. Hans Becking – Superior-Brentjens – 1h38min15
  3. Daniel Geismayr – Centurion Vaude – 1h39min14
  4. Lukas Kaufmann – Oce Cannondale – 1h39min17
  5. João Paulo Firmino – Scott / Pedal Pro – 1h41min36

Open – Média das melhores duplas do Cross Country

  1. Daniel Geismayr(AUT)/ Hermann Pernsteneir (AUT) – Centurion Vaude – 1h41min09
  2. Hans Becking (BEL)/Jiri Novak (TCH) – Superior-Brentjens – 1h42min20
  3. Henrique Avancini (BRA)/Wolfgang Olsen (BRA) – Cannondale/Ava Project – 1h43min03

Classificação geral open – Após três etapas

  1. Daniel Geismayr(AUT)/ Hermann Pernsteneir (AUT) – Centurion Vaude – 8h58min52
  2. Hans Becking (BEL)/Jiri Novak (TCH) – Superior-Brentjens – 9h18min25
  3. Henrique Avancini (BRA)/Wolfgang Olsen (BRA) – Cannondale / Ava Project – 9h27min30

Classificação Individual do Cross Country – Ladies

  1. Raiza Goulão – Specialized Women – 2h03min23
  2. Annabella Stropparo – Scapin Soudal – 2h44min50
  3. Isabella Lacerda – LM Shimano – 2h47min48

Ladies – Média das melhores duplas do Cross Country

  1. Raiza Goulão (BRA) / Viviane Favery (BRA) – Specialized Women – 2h30min49
  2. Annabella Stropparo (ITA) / Elena Gaddoni (ITA) – Scapin Soudal – 2h52min05
  3. Isabella Lacerda (BRA) / Nina Baum (EUA) – LM Shimano – 2h59min07

Classificação geral ladies – após três etapas

  1. Raiza Goulão (BRA) / Viviane Favery (BRA) – Specialized Women – 11h48min14
  2. Annabella Stropparo (ITA) / Elena Gaddoni (ITA) – Scapin Soudal – 12h52min15
  3. Isabella Lacerda (BRA) / Nina Baum (EUA) – LM Shimano – 14h08min12

Desafio Oakley – Felipe Abreu Rodrigues, da equipe Savana Bikeshop, venceu o desafio Oakley na terceira etapa da Brasil Ride. Ele disputa a categoria Corporativa e recebeu um óculos da Oakley como prêmio por ser o primeiro biker a cruzar o pórtico da empresa durante o percurso.

Quarta etapa – Nesta quarta-feira (21), os atletas atingem o ponto mais alto da Brasil Ride, que é de 1.099 metros. Consequentemente, o que fica marcado para os atletas é downhill ‘casca grossa’ chamado kamikase. São 12km de single track ladeira abaixo. “É muito gostoso ver a satisfação dos atletas ao final da descida. Os depoimentos que já ouvimos é que foi a melhor trilha, o melhor downhill da vida deles. Ouvir isso de atletas com muita experiencia, que passaram por inúmeras provas pelo mundo, é muito gratificante”, conta o diretor técnico Rafel Campos.

Após um downhill alucinante, a prova termina com uma subida para completar os 84,7 km e percurso em Rio de Contas. A largada está programada para as 8h e a previsão é de que os primeiros atletas cruzem a linha de chegada dentro do período de 4 horas, em média. Assim como a segunda etapa, do temido Vietnã, o quarto estágio da Brasil Ride também conta com tempo de corte. Os bikers têm 9 horas para cruzar a linha de chegada. “Porém, ao contrário do percurso entre Mucugê e Rio de Contas, que derruba muitas duplas em função das dificuldades da trilha do Vietnã, desta vez os atletas conseguem ficar dentro do tempo limite”, completa Campos. Na segunda etapa, 23 duplas foram cortadas e deixaram a prova.

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