30 de abril de 2024
Shimano
Foto: Divulgação / Shimano

Shimano anuncia queda de 29% em seu faturamento e metade do lucro em 2023

Consequência dos elevados estoques no mercado e da baixa procura por bicicletas no mercado global indica um quadro pessimista para 2024

Uma dos principais lideranças mundiais no mercado de bicicletas, a Shimano anunciou em seu relatório anual um declínio de 24,6% em sua receita e uma queda de 52,3% no lucro líquido da empresa no ano passado. Mais do que uma consequência financeira dos elevados estoques no mercado, a gigante japonesa indica que a procura por bicicletas continua abaixo do esperado e que a projeção para 2024 também não mostra um quadro positivo.

Em seu balanço anual, a Shimano relata que no ano fiscal de 2023 as vendas líquidas diminuíram 29,5% em relação ao ano anterior, para 364.679 milhões de ienes (2,26 bilhões de euros). O resultado operacional caiu 55,0%, para 65.251 milhões de ienes (405 milhões de euros).

Apesar de uma queda da receita desta magnitude, as vendas da Shimano ainda estão bem acima dos níveis pré-pandemia. Em 2019, a Shimano reportou vendas líquidas de componentes para bicicletas de 297.800 milhões de ienes (1,85 bilhões de euros).

Para o Grupo Shimano — que também atua fortemente no setor de equipamentos de pesca — os resultados financeiros foram menos dramáticos de uma forma geral do que do que no segmento de componentes de bicicletas. Em relação ao ano fiscal de 2023, a empresa reportou uma queda nas vendas líquidas de 24,6% em relação ao ano anterior, para 474.362 milhões de ienes (2,94 bilhões de euros). O resultado operacional diminuiu 50,5% para 83.653 milhões de ienes (519 milhões de euros).

Perspectivas positivas a longo prazo – “Embora a popularidade crescente das bicicletas tenha arrefecido, o interesse nas bicicletas continuou a ser elevado como uma tendência a longo prazo”, concluiu a Shimano no seu relatório financeiro, repetindo a sua perspectiva de longo prazo anunciada anteriormente. O fabricante de componentes também observa que os estoques do mercado geralmente permaneceram elevados, apesar dos contínuos ajustes na oferta e na demanda.

Nos principais mercados da Shimano na Europa, como a Alemanha, a Holanda e a Bélgica, o interesse pelas bicicletas manteve-se forte. De acordo com Shimano, “a procura do consumidor diminuiu devido à inflação e ao abrandamento econômico, e os estoques do mercado permaneceram em níveis elevados”.

Apesar do aparente otimismo, a Shimano espera uma nova tendência de queda nas vendas para 2024. Entre os componentes para bicicletas, a marca previu uma nova diminuição nas receitas de 10,8%, caindo de 364.679 milhões de ienes (2,26 bilhões de euros) em 2023 para 325.000 milhões de ienes (2,02 bilhões de euros) em 2024. O elevado nível de estoques de peças na Europa significa que esta parte do mercado suportará a maior parte do declínio. Para a Europa, a Shimano prevê uma queda de 18% de vendas em 2024, em comparação com 2023.

‘Principal mercado da Europa ainda forte’ – “No mercado norte-americano, embora o interesse pelas bicicletas tenha se mantido estável, as vendas a varejo permaneceram abaixo do esperado, em parte devido a uma reação do boom do ciclismo. Nos mercados da Ásia e América Latina, embora o interesse em bicicletas tenha se mantido estabilizado, as vendas no varejo de bicicletas permaneceram lentas devido ao aumento da inflação e à incerteza econômica.

Já no mercado chinês, as vendas permaneceram fortes em 2023, especialmente para bicicletas de estrada, devido à contínua popularidade do ciclismo desportivo ao ar livre.

Riscos geopolíticos impactam o mercado – O relatório aponta ainda a incerteza do mercado quanto a possibilidade das cadeias de abastecimento globais serem perturbadas devido às atuais situações nos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio. A Shimano aponta ainda os possíveis efeitos na taxa de juros em vários países em decorrência do calendário eleitoral para 2024. Nos EUA, existe a preocupação de que as eleições presidenciais de 2024 possam influenciar a economia, enquanto que na China, a recuperação econômica poderá permanecer fraca devido à estagnação prolongada do mercado imobiliário.

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