Alpha, a primeira e-bike do mundo movida à célula a combustível

Bicicleta eletricamente assistida utiliza um reservatório de hidrogênio para gerar energia elétrica de forma limpa, ambientalmente correta e com grande autonomia de uso

Um consórcio francês formado por três empresas especializadas na geração de energia limpa anunciou esta semana o lançamento de um novo modelo de bicicleta eletricamente assistida (e-bike) que utiliza tecnologia de célula a combustível no lugar de baterias.

Ao contrário do que possa parecer, e-bikes ainda não são uma solução 100% ambientalmente correta, já que para seu funcionamento dependem de baterias como fonte de energia, que utilizam em sua produção uma série de metais pesados que podem vir a poluir o solo e mananciais de água caso não sejam descartados com os devidos cuidados.

A nova bicicleta Pragma Alpha utiliza como fonte de energia uma tecnologia conhecida como célula ou pilha a combustível, onde células galvânicas reagem quimicamente com o hidrogênio gerando assim energia elétrica.

Além de gerar maior eficiência energética se comparada às baterias convencionais, as células a combustível possuem uma série de vantagens marcantes em relação a outras formas de transformar energia química em energia elétrica. Sua operação produz baixo impacto ambiental: sem vibrações, sem ruídos, sem combustão, sem emissão de particulados e, dependendo da tecnologia, sem emissão de gases estufa.

Autonomia – Outro forte apelo do uso de células a combustível está em sua autonomia. De acordo com os desenvolvedores da Pragma Alpha, uma única recarga de hidrogênio possibilita uma autonomia de até 150 quilômetros, muito acima da média das atuais e-bikes. Além disso, enquanto que o tempo médio de recarga de uma bateria de e-bike é de 240 minutos, na Alpha este prazo é de apenas dois minutos.

Especificações – A Alpha utiliza um motor Brose de 36V, instalado em sua caixa de centro, e que proporciona até 250 watts de potência. Para estar de acordo com as normas europeias de trânsito, sua assistência funciona até a 25km/hora, quando o motor é desligado automaticamente, retornando a assistência quando a velocidade for reduzida.

A fonte de alimentação do motor é uma célula a combustível que abriga um cilindro de hidrogênio de 2 litros a 4.351 psi (300 bar).

Recarga – Para viabilizar o uso da Alpha, a Pragma associou-se com Atawey, empresa francesa especializada na produção de hidrogênio, para instalar diversos pontos de recarga pelo país.

Estas estações produzem combustível para a Alpha por meio de eletrólise reação química provocada pela passagem da corrente elétrica, que decompõe a água em hidrogênio e oxigênio. O gás resultante é então comprimido e armazenado em tanques para uso na e-bike.

De acordo com seus desenvolvedores, cada estação é capaz de produzir até 35 tanques por dia utilizando apenas água e eletricidade.

Potencial de uso – Para seus desenvolvedores, a popularização das e-bikes movidas a célula de combustível levará a um incremento no uso de soluções de mobilidade cada vez mais ambientalmente corretas. Para chamar a atenção para o seu potencial, os desenvolvedores da Alpha irão lançá-la oficialmente nos próximos dias 24 a 26 de agosto por ocasião da Reunião de Cúpula do G7 em Biarritz, França, quando uma frota de 200 e-bikes serão fornecidas como meio de transporte para os jornalistas que participarão da cobertura do evento mundial.