Segundo Eduardo Paes, falha na legislação brasileira permitiu que uma empresa sem capacidade para gerir as obras de construção do velódromo olímpico vencesse a licitação
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, declarou nesta sexta-feira, durante cerimônia de inauguração do Estádio Aquático Olímpico que falhas na legislação brasileira foram o principal motivo para o atraso na conclusão do Velódromo, obra que atualmente causa mais preocupação para os Jogos de 2016.
Ao lado da da presidente Dilma Rousseff e do vice-governador do Rio Francisco Dornelles, Paes afirmou que, com exceção do Velódromo, o Brasil vinha demonstrando ter capacidade para entregar obras da Rio 2016 no prazo estipulado e dentro do custo planejado.
Em janeiro deste ano, a Prefeitura do Rio aprovou um aditivo de R$ 24,8 milhões, elevando o custo total das obras para cerca de 143 milhões de reais. A conclusão original era prevista para o fim do ano passado, mas atrasos constantes causados por conta da empresa responsável pelas obras, a Tecnosolo, que venceu a licitação por oferecer o menor preço, mas pouco depois entrou em concordata por problemas financeiros.
“O Parque Olímpico está quase pronto, com exceção do Centro Olímpico de Tênis e o Velódromo, que a gente teve um problema por causa da legislação brasileira. A gente sabe que ela é feita para proteger, mas infelizmente permitiu que uma empresa sem capacidade de gerir a obra vencesse a licitação, relevou Paes.
Além do Velódromo, o Centro Olímpico de Tênis também recebeu um aditivo e viu seu custo aumentar para R$ 201,7 milhões sem que fosse concluída. A obra encontra-se em fase de conclusão, restando apenas alguns detalhes, e não causa tanta preocupação como o Velódromo.
Exageiro – Na tentativa de gerar uma imagem favorável diante da presidente Dilma Rousseff e do governo estadual, Paes ‘exagerou’ ao comentar sobre o avanço das obras em outra área olímpica, a do Complexo de Deodoro. Embora o prefeito tenha declarado que as obras da região estariam “totalmente concluídas”, a conclusão da Vila dos Tratadores no Centro de Hipismo só foi retomada no último mês, após uma disputa entre a prefeitura e a Ibeg, empresa responsável pelas obras.
Na disputa, a prefeitura questionou atrasos na entrega das obras em questão e rompeu com a empresa, o que provocou uma licitação em caráter emergencial da Vila dos Tratadores, ao custo extra de R$ 28,1 milhões. O custo total do Centro de Hipismo até o momento é de R$ 157 milhões. Além dos problemas nesta instalação, ainda há obras no Centro de Tiro Esportivo e resta a conclusão da pavimentação dos acessos aos locais das competições.