Segundo Witold Waszczykowski, ministro de Assuntos Exteriores polonês, ciclistas e vegetarianos são exemplos da “Europa apodrecida” e “devem ser combatidos a todo custo”
Eleito em novembro de 2015, o novo governo de ultradireita da Polônia acaba de dar mais um passo em sua radicalização, com a recente declaração pública feita pelo ministro de Assuntos Exteriores do país, Witold Waszczykowski, que afirmou que ciclistas e vegetarianos são como exemplos do que considera uma “Europa apodrecida” contra quem os poloneses devem lutar a qualquer custo.“Na atual Polônia, você pode começar seu dia sendo um patriota ou um traidor, de acordo com o que você come ou sai de casa. Se você come salsichas e anda de carro, tudo bem. Mas se você opta por cereais e anda de bicicleta, cuidado!”, diz o o jornal espanhol El País.
De acordo com o periódico, Waszczykowski alega defender e preservar a todo custo a identidade nacional polonesa baseada, segundo ele nos “intocáveis valores da tradição cristã”, incompatíveis com a a atual miscigenação etnocultural, as atuais políticas mundiais de utilização de energias renováveis e a utilização de bicicletas como meio de transporte.
Polêmica – Desde que obteve a maioria esmagadora dos votos nas eleições do ano passado, o partido Lei e Justiça (PiS), da primeira-ministra Beata Szydlo, tem se caracterizado por um aumento do controle do estado sobre à imprensa, correios eletrônicos, celulares e Internet, em uma cruzada contra os que o governo considera “traidores da pátria”. A medida tem suscitado diversas críticas por parte da União Europeia e de políticos poloneses.
O ex-presidente da Polônia, Lech Walesa, acusou o governo de “arruinar o país” devido às reformas no Judiciário e legislação sobre a mídia. O antigo chefe do movimento Solidariedade disse à emissora TVN24: “Lutamos duro para conseguir a liberdade. Agora a estamos jogando fora.”