19 de maio de 2024
Foto: Luis Claudio Antunes / Bike76.com

Luciene Ferreira é mais nova integrante da equipe Itaú Shimano Ladies Power Latam

Bicampeã nacional de contra-relógio (2011 e 2012) e resistência (2012 e 2013), a ciclista será a primeira brasileira da equipe formada por atletas de diferentes países da América do Sul

Quando desligou o telefone, a sul-mato-grossense Luciene Ferreira custou a acreditar na conversa que acabara de ter. A manager da Itaú Shimano Ladies Power Latam, Veronica Martinez, convidara a bicampeã brasileira de contrarrelógio a se juntar ao time, tornando-se a primeira ciclista do Brasil a competir pela equipe composta por atletas de diferentes países da América do Sul. Feita em ‘boa hora’, a proposta foi prontamente aceita por Luciene, integrante da Funvic Soul Cycles & Carrefour até o fim deste ano.

“Em 2014, fui bem em algumas etapas do Tour de San Luis [prova de estrada argentina, uma das principais das Américas]. A Veronica gostou do meu desempenho e me apresentou o projeto da equipe, dizendo precisar de uma brasileira. Elas competem muito na Europa e nos Estados Unidos, e isso me interessa demais”, explica Luciene.

Também pesou para a decisão da ciclista de 30 anos o fato de a Olimpíada de 2016 ser no Rio de Janeiro. Sonhando representar o Brasil no ciclismo de estrada da competição, Luciene enxerga na Itaú Shimano Ladies Power Latam a oportunidade de adquirir experiência internacional e aumentar o seu nível de competitividade.

Luciene liderando pelotão - Foto: Luis Claudio Antunes / Bike76.com
Luciene liderando pelotão – Foto: Luis Claudio Antunes / Bike76.com

“Existe a possibilidade de eu ser selecionada para a Rio 2016, mas para isso eu preciso ter uma boa bagagem de provas fora do País. Já fiz parte da seleção brasileira algumas vezes, por isso estou com uma expectativa positiva. O convite da Veronica apareceu em boa hora, até agora não estou acreditando”, acrescenta.

A sul-mato-grossense também foi atraída pela ideia inovadora da equipe, a primeira da América do Sul formada inteiramente por mulheres. “Temos de dar os parabéns pela iniciativa deles. Minha intenção e a de toda equipe é figurar entre as melhores das Américas”.

“Portunhol” em ação – Cinco argentinas (Belén Buena, Aldana Cetra, Mercedes Fadiga, Cristina Greve e Julia Parma), três colombianas (Jessenia Meneses, Rocío Parrado e Andreína Rivera) e uma chilena (Aranza Villalón). Em comum, as outras integrantes da equipe têm a língua espanhola, fator que diferencia Luciene de todas elas.

Equipe dá boas vindas à ciclista - Foto: Divulgação
Equipe dá boas vindas à ciclista – Foto: Divulgação

“O ciclismo se comunica por si só. Eu não falo espanhol, mas me viro, pois tenho amigas na Argentina, no Chile… Seria difícil se fosse russo ou alemão (risos)”, diz a brasileira. “Já conheço a Andreína, ela competiu uma vez pela Funvic comigo. A equipe é muito preparada, conta com ciclistas experientes e já conseguiu grandes resultados neste ano”.

Apesar de a sede da Itáu Shimano Ladies Power Latam ser na Argentina, Luciene continuará morando em Pindamonhangaba (SP). “Todas as atletas ficam em suas respectivas casas, exceto quando tem alguma competição importante. Então a Veronica reúne todas as meninas para treinar durante 20 dias ou um mês”.

O seu primeiro compromisso profissional será em dezembro, quando ela se reúne com a nova equipe na Argentina para definir o calendário de 2016. A estreia de Luciene na Itaú Shimano Ladies Power Latam provavelmente será no Tour de San Luis, entre 17 e 24 de janeiro.

Luciene venceu a Copa América em 2013 - Foto:Marcio Kato / Divulgação
Luciene venceu a Copa América em 2013 – Foto:Marcio Kato / Divulgação

Do mountain bike para a estrada – Nascida em Coxim, no interior do Mato Grosso do Sul, Luciene Ferreira se aventurou no ciclismo aos 13 anos, por influência de seus dois irmãos mais velhos, Rosimar e Elismar, ciclistas amadores. Começou a história que resultaria em reconhecimento nacional e quatro títulos brasileiros: contra-relógio (2011 e 2012) e resistência (2012 e 2013).

“Eu comecei no mountain bike, junto com meus irmãos e incentivada também pelo meu pai. Depois de dois ou três anos pedalando, recebi um convite para competir tanto no MTB quanto no ciclismo de estrada. Tive mais afinidade com o segundo, no qual enxerguei mais oportunidades profissionais”, finaliza.

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