12 de novembro de 2024
Hans e Jiri próximos do bicampeonato - Foto: Armin Kuestenbrueck / Brasil Ride

Reviravolta na Brasil Ride deixa Hans Becking e Jiri Novak próximos do bicampeonato

Após dois pneus furados, austríacos Daniel Geismayr e Hermann Pernsteiner acidentam-se e estão fora da competição. No Feminino, Raiza Goulão e Viviane Favery perdem a etapa, mas mantém a mão na Taça

A maré de azar dos austríacos Daniel Geismayr e Hermann Pernsteiner continuou na sexta etapa da Brasil Ride entre Rio de Contas e Mucugê, na Chapada Diamantina, na Bahia. Após ter três pneus furados na quinta disputa da competição, nesta sexta (23) o dia foi pior ainda para a dupla, que liderava a principal ultramaratona de MTB das Américas, e agora está fora da competição. Melhor para o holandês Hans Becking e o tcheco Jiri Novak, vencedores da prova. Eles têm agora 39min08 de vantagem para Hugo Prado Neto e Lukas Kaufmann. A decisão do título será neste sábado (24), com largada as 9h (10h de Brasília), em Mucugê, com percurso de 72,1 km.

Após garantirem o título em 2014 apenas na última etapa, Hans e Jiri mais uma vez tomaram a liderança no final da competição. “Foi uma corrida muito difícil para mim. Os dois austríacos estavam muito rápidos na primeira subida, mas Hans e eu nos mantivemos no pelotão. Após os dois pneus furados, conseguimos escapar e partir para a vitória. É curioso porque eles tiveram má sorte dois dias seguidos, enquanto nós não tivemos problemas dia nenhum. Não erramos e foi perfeito nosso desempenho”, destacou Jiri Novak.

“Todos os dias procuramos manter nosso próprio ritmo. É muito raro não ter nenhum problema com pneus ou qualquer coisa mecânica na bike, mas nós temos experiências anteriores que nos ajudam demais nos resultados. Nos últimos 40 km forçamos muito o ritmo, porque sabíamos que era nossa chance de garantir a liderança. Vamos analisar nossa diferença para os rivais. É provável que não nos arrisquemos na final aqui em Mucugê”, afirmou Hans Becking.

Ciclistas enfrentam o calor - Foto: Ney Evangelista / Brasil Ride
Ciclistas enfrentam o calor – Foto: Ney Evangelista / Brasil Ride

Os austríacos estavam entre os primeiros até o fim da primeira subida do percurso, na saída de Rio de Contas. Porém, no término do trecho seguinte, o do downhill, tiveram o primeiro problema mecânico, com pneu furado de Herman. Em seguida, na altura do km 60 de 143 da etapa, foi a vez de um dos pneus de Daniel ser danificado, só conseguindo consertá-lo no ponto de apoio com o Suporte Neutro Shimano. A 10 km do fim, um acidente entre os dois colocou fim no sonho do título inédito.

“Foi o pior dia pedalando em minha vida. Fisicamente nós éramos a melhor equipe. Viemos para o Brasil nos sentindo tão bem, mas uma série de pneus furados e agora esses problemas nos tiraram da competição. Após o segundo pneu furar, o Daniel pedalou 20 km apenas com o aro”, contou Hermann Pernsteiner. “O acidente ocorreu quando pedalávamos a 50 km/h. O Daniel acertou minha roda quando trocaríamos de posição e sofreu uma duríssima queda. Tenho que esquecer esse dia. Tanta má sorte. Não consigo acreditar”, lamentou Hermann.

Catalão e Halysson chegaram extenuados - Foto: Armin Kuestenbrueck / Brasil Ride
Catalão e Halysson chegaram extenuados – Foto: Armin Kuestenbrueck / Brasil Ride

A segunda colocação da etapa ficou com Hallyson Ferreira e Rafael Mesquita, o Catalão. Já o terceiro lugar no pódio foi definido em dois sprints de chegada. Na média dos tempos, Steffen Thum e Remi Laffont garantiram o terceiro lugar, com apenas três segundos de diferença na média para Henrique Avancini e Wolfgang Olsen. Vice-líderes da open, Hugo Prado Neto e Lukas Kaufmann terminaram na 14ª colocação.

Steffem Thum e Remi Laffont chegaram em terceiro - Foto: Armin Kuestenbrueck / Brasil Ride
Steffem Thum e Remi Laffont chegaram em terceiro – Foto: Armin Kuestenbrueck / Brasil Ride

Para Catalão, o resultado foi mais que especial, porque, segundo o ciclista, sua preparação anual é sempre feita pensando na ultramaratona. “Particularmente me preparo o ano inteiro para estar aqui. Abri mão de algumas provas e em outras fiquei longe do resultado desejado, porque um dia antes estava treinando para me preparar para estar na Brasil Ride. O trabalho é feito para chegar forte nessa competição. Não sou profissional do esporte e andar com esses caras é demais. Esse é meu sexto ano. Quando terminar amanhã (sábado) já vou pensar no ano que vem. Muito gratificante subir no pódio com essas feras. O Hallyson ajudou muito e definimos que era dia de estourar o champanhe”, vibrou o ciclista mineiro.

Quarto colocados no geral, Steffen Thum e Remi Laffont também não esconderam a felicidade com o segundo pódio em seis provas da atual edição. Na sua primeira visita ao Brasil, Remi não poupou elogios à organização. “A corrida foi muito longa. Não era muito técnica, mas necessitava força para obter um bom resultado. Estou muito feliz, porque fizemos um excelente trabalho. Agora estamos na disputa pela terceira colocação geral”, comemorou. “Achei a prova muito bonita, com pessoas ótimas e as coisas funcionando perfeitamente. O espírito da prova é muito legal. É muito difícil e com certeza é uma das mais complicadas”, completou.

Isabela ajuda a companheira - Foto: Ney Evangelista / Brasil Ride
Isabela ajuda a companheira – Foto: Ney Evangelista / Brasil Ride

Fim da hegemonia entre as mulheres – Após Raiza Goulão e Viviane Favery vencerem as cinco primeiras etapas da Brasil Ride, nesta sexta foi a vez de Isabella Lacerda e Nina Baum sentirem o gosto da vitória. Após atacar no início da competição, a dupla conseguiu administrar a vitória até o fim. Mesmo assim, sobrou emoção, com Isabella indo às lágrimas. “Esse choro é um pouco de tudo. Vim arrastando a Nina desde o km 1. Quando a gente chegou no asfalto e informaram que as meninas (Raiza e Vivi) estavam chegando, não acreditei. Não sei de onde tirei forças. Eu queria muito, muito chegar e ia ficar decepcionada se não cruzasse a linha de chegada em primeiro, porque a força que fiz, nunca fiz na vida. A Nina não estava aguentando. Ela segurou no meu Camelbak em todas as subidas e eu pedi muito a Deus para me dar forças, porque vontade eu tinha demais. Estou muito feliz”, disse.

Para as líderes Raiza e Vivi, o resultado não foi ruim. Elas chegaram a apenas 1min05 das vencedoras do dia e seguem com a mão na taça de 2015, com 3h41min42 à frente das concorrentes Isabella e Nina. “A gente veio junto até a primeira serra. Vi que elas (Isabella e Nina) estavam botando ritmo forte, mas eu a Raiza viemos tranquilas. Foi a estratégia da dupla, manter um passo e não sair dele. A gente está com uma vantagem boa, pois falta um dia de prova. Viemos se afobar e arriscar o equipamento. A Raiza está respeitando o meu ritmo e teve que ter muita paciência, porque, para ela, foi um passeio”, completou. As italianas Annabella Stropparo e Elena Gaddoni abandonaram a disputa após Elena sofrer uma lesão no braço durante a quinta etapa.

Classificação após a 6ª etapa

Open

  1. Hans Becking (BEL)/Jiri Novak (TCH) – Superior-Brentjens – 5h52min07
  2. Halysson Ferreira (BRA)/Rafael Mesquita (BRA) – Oce Cannondale – 5h57min04
  3. Remi Laffot (FRA) / Steffem Thum (GER) – Ulra Sports Rose – 6h08min15

Ladies

  1. Isabela Lacerda (BRA)/Nina Baum (EUA) – LM Shimano – 7h48min45
  2. Raiza Goulão (BRA)/ Vivi Favery (BRA)- Specialized Women – 7h49min50
  3. Erika Gramiscelli (BRA)/Letícia Cândido (BRA) – LM Shimano – 9h13min48

Mucugê recebe mais 600 bikers na Maratona Brasil Ride – A Maratona Brasil Ride vai reunir 600 bikers de 14 estados brasileiros na manhã deste sábado, em Mucugê. A prova, que vale pontos para o circuito baiano, terá início minutos depois da largada da última etapa da ultramaratona e será disputada no mesmo percurso. A retirada dos kits começou na tarde desta sexta na Arena Brasil Ride, em Mucugê.

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