16 de maio de 2024
Foto: Divulgação / Portal Brasil 2016 / Ministério do Esporte

Chuva, quedas e pista perigosa cancelam as finais de evento-teste do BMX da Rio 2016

Com o cancelamento, os pódios foram definidos a partir do tempo das qualificatórias. Na Elite Masculina, o vencedor foi Edzus Treimanis, da Letônia e prata ficou com o francês Amidou Mir. Renato Rezende, do Brasil, garantiu o bronze

Um dia depois de seu adiamento devido à problemas de segurança no percurso, o primeiro evento-teste do BMX para a Rio 2016 teve as finais canceladas neste domingo (4) devido às fortes chuvas.

Com isto, os pódios foram definidos a partir do tempo das qualificatórias. Na Elite Masculina, o vencedor foi Edzus Treimanis, da Letônia e prata ficou com o francês Amidou Mir. O brasileiro Renato Rezende garantiu o bronze.

Na Elite Feminina, a vencedora foi a campeã olímpica e mundial Mariana Pajon, da Colômbia. Ann Lee Broke, dos Estados Unidos foi prata e Stefany Hernandez, da Venezuela ficou com o bronze.

Problemas no traçado da pista – A configuração do traçado da pista passou por alterações de última hora, após críticas dos ciclistas, que se recusaram a treinar devido a um problema nos bumpers, elevações nas retas da pista que foram construídas de uma forma que aumenta o risco de queda, já que não teriam as condições adequadas de inclinação.

Para corrigir o problema, mais asfalto foi colocado nas rampas para acertar a inclinação e alguns pontos do trajeto receberam saibro para amenizar o impacto das aterrissagens. As alterações entretanto, não foram suficientes para garantir que as provas ocorressem como o planejado. Parte do piso do traçado masculino não teve tempo de se compactar o suficiente. Com isso, os atletas da Elite Masculina tiveram de competir no mesmo circuito da Elite Feminina, ligeiramente menor.

Quando tudo parecia resolvido, uma forte chuva fez com que os treinos fossem interrompidos diversas vezes.

“A areia colocada não está bem compactada. Se fosse uma pista mais antiga, poderíamos correr até com chuva”, explicou o brasileiro Renato Rezende, campeão Pan-Americanos de BMX e grande esperança de medalhas nos Jogos de 2016.

As quedas da brasileira Bianca Quinalha, que está com suspeita de fratura do punho direito, e do também brasileiro Rogério dos Reis, com fratura as costelas, o evento-teste acabou por ser definitivamente cancelado.

Pista polêmica – O traçado original da pista leva a assinatura de Tom Ritzenthaler, da empresa Elite Tracks, maior especialista do mundo em pistas de BMX e que desenhou também as pistas dos Jogos de Pequim-2008 e Londres-2012.

De acordo com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, alterações no traçado durante a realização dos eventos-teste são comuns. “Um atleta suíço com quem conversei disse que a pista melhorou muito, mas sabemos que ela irá precisar de novos ajustes. Eventos-teste servem para isso”, afirmou o prefeito. Paes também argumentou que o traçado foi aprovado pela União Ciclística Internacional (UCI) e pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).

O adiamento do evento-teste não agradou ao presidente do Comitê Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman. Para o dirigente, a prova deveria ter iniciado no sábado, a despeito das reclamações dos competidores. “O delegado técnico da prova errou ao adiar, esse é um esporte radical, quem tem medo de obstáculos deve procurar outro esporte. O delegado tem de saber o que a Federação aprovou”, disse Nuzman.

“Esse é um esporte radical, quem tem medo de obstáculos deve procurar outro esporte. O delegado tem de saber o que a Federação aprovou” Carlos Arthur Nuzman

Já o diretor de esportes do Comitê Rio-2016, Agberto Guimarães, considerou que houve falha na comunicação entre a UCI e os atletas. “A UCI deveriam ter montado uma comissão formada por técnicos e atletas antes de homologar a pista, a exemplo do que ocorre na Fórmula 1. Não dá para por esse problema apenas na nossa conta”, justificou.

Os atletas, por outro lado, reiteraram as críticas à pista. “A decisão de não correr, tomada nesta última sexta-feira, foi unânime. A pista estava muito perigosa. Uma Olimpíada não é o momento de inovar ou radicalizar o percurso”, explicou o piloto brasileiro Renato Rezende.

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