26 de julho de 2024

Relatório acusa UCI de proteger Lance Armstrong

Dossiê de 227 páginas publicado pela Comissão de Reforma Independente do Ciclismo conclui que dirigentes da União Ciclista Internacional protegeram o ex-atleta nos escândalos de ‘doping’ para tentarem salvar a “reputação do Ciclismo”

Um relatório elaborado pela Comissão de Reforma Independente do Ciclismo (CIRC) considerou esta segunda-feira que alguns antigos dirigentes da União Ciclista Internacional (UCI) protegeram Lance Armstrong dos escândalos de doping para tentarem “salvar a reputação do Ciclismo”.

O relatório foi encomendado pelo atual presidente da UCI, Brian Cookson e compilado a partir de 174 entrevistas com ciclistas, incluindo Armstrong e funcionários da UCI ao longo dos últimos 13 meses.

No documento, a Comissão diz que “houve um tratamento preferencial” ao norte-americano, acrescentando que “a UCI apostado erroneamente em Armstrong, tratando-o como um modelo ideal para o renascimento do ciclismo depois do escândalo com a Festina, em 1998”.

“A UCI não conseguiu perceber que Armostrong, o herói que sobreviveu a um câncer e era um ídolo de milhares de fãs do Ciclismo, tinha os mesmos direitos e obrigações de qualquer outro ciclista”, adianta ainda o relatório divulgado esta segunda-feira.

“A UCI não conseguiu perceber que Armostrong, o herói que sobreviveu a um câncer e era um ídolo de milhares de fãs do Ciclismo, tinha os mesmos direitos e obrigações de qualquer outro ciclista”

Brian Cookson, presidente da UCI, afirmou que o relatório mostra que, no passado, o organismo “sofreu bastante com a má gestão de indivíduos que tomaram decisões cruciais, que minaram os esforços na luta contra o doping”. Embora o presidente não tenha citado nomes, o documento cita dois ex-presidentes da UCI, Hein Verbruggen e Pat McQuaid.

Armstrong, de acordo com o relatório, foi autorizado em 1999 a entregar uma receita médica para evitar uma sanção no Tour de France, quando quatro testes acusaram consumo de corticosteroides. Após o episódio, o ex-atleta foi ainda autorizado a regressar à competição em 2009 e na competição do Tour Down Under na Austrália, sem ter feito os testes necessários.

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