4 de novembro de 2024
O aposentado Dino Toledo, 73 anos, pedala mais de 10 quilômetros diariamente, seja para ir até os compromissos cotidianos, seja apenas como exercício - Foto: Débora Rosa / D.A. Press

Idosos podem (e devem!) pedalar. Conheça os cuidados necessários

O aposentado Dino Toledo, 73 anos, pedala mais de 10 quilômetros diariamente, seja para ir até os compromissos cotidianos, seja apenas como exercício - Foto: Débora Rosa / D.A. Press
O aposentado Dino Toledo, 73 anos, pedala mais de 10 quilômetros diariamente, seja para ir até os compromissos cotidianos, seja apenas como exercício – Foto: Débora Rosa / D.A. Press

Já passou o tempo no qual o único exercício das pessoas idosas eram as idas e vindas da cadeira de balanço. Com a “febre” do uso da bike e dos modais alternativos no Recife, tanto para desafogar o trânsito com menos uso do carro, como em forma de exercício, o ciclismo passou a ser uma atividade mais comum também entre a terceira idade.

O aposentado Dino Toledo, 73 anos, pedala pouco mais de 10 quilômetros todos os dias. Seja para ir até os compromissos cotidianos, seja como aeróbica. “Há 20 anos que ando de bike neste ritmo. Na minha idade, praticar atividades físicas é muito importante para a saúde. Por isso também faço musculação, não para ficar musculoso, mas para manter todos os músculos trabalhando”, conta.

Quanto mais avançada a idade, maiores devem ser os cuidados ao pedalar. Segundo o médico geriatra, professor de geriatria da Universidade de Pernambuco (UPE) e diretor do Instituto Médico do Idoso Alexandre de Mattos, a idade cronológica não deve ser o único fator a ser levado em conta quando o assunto é a prática de atividades físicas. “É importante avaliar todo o histórico médico das pessoas. Por exemplo, pessoas mais novas podem ter um contexto de maior risco de fraturas e doenças cardiovasculares, tornando mais perigoso o ciclismo para elas do que para um idoso. A idade deve ser levada em conta sim, mas não deve ser um critério proibitivo”, resume.

Além da pedalada diária, Dino também viaja duas vezes por mês para cidades como Gravatá, Porto de Galinhas ou Tamandaré e, nos domingos que está no Recife, faz um circuito cultural pela cidade. Tudo isso utilizando a bike como veículo. “Escolhi que a bicicleta seria meu meio de transporte e exercício há muito tempo, por isso já sou acostumado e não sinto dores ou fico doente por conta das pedaladas.” Os passeios são realizados com grupos de ciclistas, com quem já fez amizades. “Participo de dois coletivos, o Maré, com quem faço as viagens e a APS com quem passo os domingos”, explica.

“O ciclismo traz benefícios além do exercício em sim, já que permite um aumento da convivência social, fortalece os laços de sociabilização não apenas com as pessoas do próprio grupo de pedalada, mas também com as pessoas na rua. Além disso, do ponto de vista ambiental, o ciclista passa a pensar o trânsito com mais respeito e viver mais a cidade”, opina o geriatra.

O exercício pode até ser receitado como um tratamento para o corpo e para a mente. Fique atento! Pedalar é um bom exercício para todas as idades, mas só se for na medida certa. Quando você sentir que seu corpo não está aguentando, diminua o ritmo. Exercícios são bons para todas as pessoas, mas para idosas, é importante fazer uma avaliação médica antes. Se você tiver osteoporose (doença óssea que aumenta o risco de fraturas) ou problemas nas articulações, o ciclismo não é o melhor esporte para você. O ideal são atividades feitas debaixo d’água, como hidroginástica ou natação.

O aposentado Dino Toledo, 73 anos, pedala mais de 10 quilômetros diariamente, seja para ir até os compromissos cotidianos, seja apenas como exercício - Foto: Débora Rosa / D.A. Press

Fonte: Diário de Pernambuco

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