2 de maio de 2024

Sono, ruído ambiente e desempenho esportivo do ciclista

Soneca

Em 1911, o pesquisador Leonard Ayres descobriu que ciclistas pedalavam mais rápido quando havia uma banda tocando ao fundo, em vez de silêncio absoluto. A descoberta foi a pedra angular de uma disciplina que estuda como a música afeta o cérebro e o desempenho atlético. Um estudo chegou a comprovar que músicas com até 145 BMP (batidas por minuto) reduzem a sensação de cansaço durante o exercício.

Música, cérebro e atividade física andam de mãos dadas, mas o que acontece quando o corpo precisa descansar? Uma pesquisa da Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia revela que os incômodos sonoros na hora de dormir podem ter um impacto negativo sobre o organismo.

Os pesquisadores analisaram como os ruídos afetam o corpo durante o sono superficial, a etapa posterior ao sono REM. Mathias Basner, autor do estudo, explica que basta um ruído moderado ou leve para perturbar a serenidade necessária durante o período de repouso, e conclui que a exposição a incômodos sonoros ou a interrupção do sono superficial podem afetar o desempenho esportivo.

Os resultados coincidem com outra pesquisa, que indica que a interrupção do sono aumenta a sensação de cansaço e faz com que o praticante abandone o exercício antes do tempo.

Além disso, os ruídos noturnos podem causar outras complicações a longo prazo. “O aparelho auditivo funciona quase o tempo todo. Quando dormimos, as percepções do ouvido ativam o sistema cardiovascular e aumentam a pressão arterial, predispondo o organismo a encontrar a origem do som. A pressão arterial durante o sono deveria se manter em níveis baixos”, explica Basner. Isso indica que qualquer ruído superior a 55 decibéis pode fomentar o surgimento de doenças cardiovasculares (como referêcia, uma conversa entre duas pessoas tem, em média, 60 decibéis, e o trânsito moderado chega a 70).

O nível de som ideal durante a noite não deve ser superior a 40 decibéis. Ruídos contínuos, como o do ventilador, perturbam menos que os repentinos e intermitentes. “Feche as janelas durante a noite ou, se possível, durma em quartos que não dão para a rua”, recomenda Basner.

Ele também alerta para a importância de não se deixar levar pelo hábito. “O corpo se acomoda com muita facilidade. Se você passa dormir em um lugar mais barulhento que o anterior, o corpo se adapta. Você pode não acordar, mas está exposto aos mesmos efeitos negativos “. Portanto, nunca durma com a TV ou o rádio ligados.

Fonte: Discovery Esportes

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