Com aumento da produção de 12,3%, e-bikes são a aposta do setor para sair da crise. No geral entretanto, a produção de bicicletas no Brasil registra queda de 19,3% em relação a 2024
Quatro anos após o estouro da bolha causada pela pandemia do Coronavírus, a indústria de bicicletas no Brasil parece se adequar a uma nova realidade econômica, na qual os números de produção mais baixos tornam-se normalidade.De acordo com dados divulgados esta semana pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), a produção de bikes no Polo Industrial de Manaus (PIM) no mês de agosto foi de 27.005 unidades, valor 19,3% menor na comparação com o mesmo período do ano passado e 15,9% abaixo do registrado em julho deste ano.
Para Fernando Rocha, vice-presidente do segmento de bicicletas da Abraciclo, o volume atual da produção encontra-se alinhado à expectativa das empresas do setor, que tem apostado cada vez mais em produtos de maior valor agragado, como as bicicletas eletricamente assistidas (e-bikes), que registrou alta de 149% em relação ao mesmo período de 2024. “Esse crescimento reflete a crescente demanda por alternativas de mobilidade urbana que aliem tecnologia, praticidade e sustentabilidade”, explicou.
“Existe uma migração do consumo para o segmento de e-bikes, e nossas associadas estão atentas às novas tendências de mercado”, completa Rocha.
Produção por categoria – As bicicletas elétricas foram o destaque do setor, registrando o maior crescimento no acumulado do ano. De janeiro a agosto, 29.394 unidades foram produzidas, o que representa 12,3% do total fabricado no período. No mesmo intervalo de 2024, esse porcentual era de 4,8%.
A Mountain Bike (MTB) foi a mais fabricada com 121.322 unidades e 50,6% do volume total. Em segundo lugar, ficou a Urbana/Lazer, com 47.404 unidades e 19,8% da produção, seguida pela Infantojuvenil com 32.905 unidades e 13,7% do volume.
Na análise mensal, a primeira posição foi mantida e os modelos elétricos subiram para o segundo lugar. Confira o ranking com os números e os comparativos com o mês e ano anteriores:
Produção de bicicletas no PIM
Agosto/24 | Julho/25 | Agosto/25 | ||||||
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Categoria | A | % | B | % | C | % | C/A | C/B |
MTB | 19.274 | 57,6% | 12.569 | 39,2% | 14.367 | 53,2% | -25,5% | 14,3% |
Urbana/Lazer | 5.744 | 17,2% | 7.582 | 23,6% | 4.202 | 15,6% | -26,8% | -44,6% |
Elétrica | 2.567 | 7,7% | 6.095 | 19,0% | 5.076 | 18,8% | 97,7% | -16,7% |
Estrada/Gravel | 972 | 2,9% | 1.336 | 4,2% | 843 | 3,1% | -13,3% | -36,9% |
Infanto-juvenil | 4.895 | 14,6% | 4.515 | 14,1% | 2.517 | 9,3% | -48,6% | -44,3% |
TOTAL | 33.452 | – | 32.097 | – | 27.005 | – | -19,3% | -15,9% |
Fonte: Associadas Abraciclo
Distribuição por região – Com mais da metade do volume nacional, o Sudeste foi o principal destino das bicicletas produzidas no PIM entre janeiro e agosto. Nesse período, a região recebeu 133.017 unidades, 55,5% do total distribuído no Brasil.
Em seguida, ficaram as regiões Sul (36.738 bicicletas e 15,3% do total fabricado), Nordeste (29.892 unidades e 12,5%), Centro-Oeste (23.812 bicicletas e 9,9%) e Norte (16.176 unidades e 6,8%).
As posições foram mantidas no ranking mensal: Sudeste (13.742 bicicletas e 50,9% da produção), Sul (4.623 unidades e 17,1%), Nordeste (3.502 bicicletas e 13%), Centro-Oeste (2.640 unidades e 9,8%) e Norte (2.498 bicicletas e 9,3%).