12 de setembro de 2025
Linha de montagem da Caloi, no Polo Industrial de Manaus (PIM) - Foto: André Ramos / MTB Brasília

Produção de e-Bikes salva as aparências de um mercado estagnado

Com aumento da produção de 12,3%, e-bikes são a aposta do setor para sair da crise. No geral entretanto, a produção de bicicletas no Brasil registra queda de 19,3% em relação a 2024

Quatro anos após o estouro da bolha causada pela pandemia do Coronavírus, a indústria de bicicletas no Brasil parece se adequar a uma nova realidade econômica, na qual os números de produção mais baixos tornam-se normalidade.

De acordo com dados divulgados esta semana pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), a produção de bikes no Polo Industrial de Manaus (PIM) no mês de agosto foi de 27.005 unidades, valor 19,3% menor na comparação com o mesmo período do ano passado e 15,9% abaixo do registrado em julho deste ano.

Para Fernando Rocha, vice-presidente do segmento de bicicletas da Abraciclo, o volume atual da produção encontra-se alinhado à expectativa das empresas do setor, que tem apostado cada vez mais em produtos de maior valor agragado, como as bicicletas eletricamente assistidas (e-bikes), que registrou alta de 149% em relação ao mesmo período de 2024. “Esse crescimento reflete a crescente demanda por alternativas de mobilidade urbana que aliem tecnologia, praticidade e sustentabilidade”, explicou.

“Existe uma migração do consumo para o segmento de e-bikes, e nossas associadas estão atentas às novas tendências de mercado”, completa Rocha.

Produção por categoria – As bicicletas elétricas foram o destaque do setor, registrando o maior crescimento no acumulado do ano. De janeiro a agosto, 29.394 unidades foram produzidas, o que representa 12,3% do total fabricado no período. No mesmo intervalo de 2024, esse porcentual era de 4,8%.

A Mountain Bike (MTB) foi a mais fabricada com 121.322 unidades e 50,6% do volume total. Em segundo lugar, ficou a Urbana/Lazer, com 47.404 unidades e 19,8% da produção, seguida pela Infantojuvenil com 32.905 unidades e 13,7% do volume.

Na análise mensal, a primeira posição foi mantida e os modelos elétricos subiram para o segundo lugar. Confira o ranking com os números e os comparativos com o mês e ano anteriores:

Produção de bicicletas no PIM

Agosto/24 Julho/25 Agosto/25
Categoria A % B % C % C/A C/B
MTB 19.274 57,6% 12.569 39,2% 14.367 53,2% -25,5% 14,3%
Urbana/Lazer 5.744 17,2% 7.582 23,6% 4.202 15,6% -26,8% -44,6%
Elétrica 2.567 7,7% 6.095 19,0% 5.076 18,8% 97,7% -16,7%
Estrada/Gravel 972 2,9% 1.336 4,2% 843 3,1% -13,3% -36,9%
Infanto-juvenil 4.895 14,6% 4.515 14,1% 2.517 9,3% -48,6% -44,3%
TOTAL 33.452 32.097 27.005 -19,3% -15,9%

Fonte: Associadas Abraciclo

Distribuição por região – Com mais da metade do volume nacional, o Sudeste foi o principal destino das bicicletas produzidas no PIM entre janeiro e agosto. Nesse período, a região recebeu 133.017 unidades, 55,5% do total distribuído no Brasil.

Em seguida, ficaram as regiões Sul (36.738 bicicletas e 15,3% do total fabricado), Nordeste (29.892 unidades e 12,5%), Centro-Oeste (23.812 bicicletas e 9,9%) e Norte (16.176 unidades e 6,8%).

As posições foram mantidas no ranking mensal: Sudeste (13.742 bicicletas e 50,9% da produção), Sul (4.623 unidades e 17,1%), Nordeste (3.502 bicicletas e 13%), Centro-Oeste (2.640 unidades e 9,8%) e Norte (2.498 bicicletas e 9,3%).

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