Dados vêm da Pesquisa Anual e do Boletim Técnico do Comércio Varejista de Bicicletas, desenvolvidos pela Aliança Bike
Que o mercado brasileiro de bicicletas está em tendência de alta não é novidade. Afinal, desde o mês de maio de 2020 o segmento vem apresentando indicadores positivos. Novos dados, apresentados nesta segunda-feira (08/11) pela Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas), apontam que o bom momento não se refere apenas a vendas de produtos: serviços mecânicos e de reparação já somam 27,8% do faturamento de uma loja de bicicletas – um aumento de 30% em relação ao ano anterior.![Desafio Mecânico Escola Park Tool](https://www.mtbbrasilia.com.br/wp-content/uploads/2019/08/Desafio_03.jpg)
Os dados são da Pesquisa Anual de Comércio Varejista de Bicicletas, lançada nesta semana juntamente do Boletim Técnico Comércio Varejista de Bicicletas. As duas edições foram produzidas pela Aliança Bike com o apoio do Itaú.
“Os dados do Boletim Técnico e da Pesquisa Anual consolidam uma série histórica importante para o mercado compreender a realidade das lojas e acompanhar as tendências”, comenta Daniel Guth, diretor executivo da Aliança Bike.
A Pesquisa 2021 foi realizada com 183 lojistas, de 20 estados diferentes do Brasil. Os dados coletados mostram outras tendências importantes, além do incremento do faturamento vindo de serviços mecânicos – que pode ser explicado, em parte, pelo maior número de bicicletas nas ruas. As vendas cresceram 34% no primeiro semestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado.
![Bike Fit](https://www.mtbbrasilia.com.br/wp-content/uploads/2019/05/BikeFit_capa-650x325.jpg)
Além da manutenção, outro serviço trouxe acréscimo no faturamento das lojas: o bike fit. Técnica utilizada por profissionais para ajustar a bicicleta para o ciclista, ela representa, em média, 10% do valor nas lojas que têm esse serviço.
Se por um lado os serviços mecânicos cresceram 30%, houve uma queda de 11% na participação da venda de bicicletas inteiras no faturamento das lojas – em 2021 elas representam 42,5% do total.
Também houve um acréscimo na comercialização de acessórios (mais 1,7%, representando 23,45% do total) e de componentes (crescimento de 3,4%, alcançando 25,58% do total).
Bicicletas comercializadas – De acordo com as lojas da pesquisa anual, quase 85% delas venderam até 500 bicicletas no ano passado, sendo que 44% comercializaram entre 101 e 500 unidades e 7% ultrapassaram mais de 1 mil unidades.
A pesquisa também trouxe dados importantes quanto ao faturamento anual das lojas brasileiras de bicicleta. 54% têm faturamento entre R$ 101 mil e R$ 1 milhão e 7% têm faturamento superior a 4,1 milhões de reais. Quase um quarto é de micro empreendimentos com faturamento de até R$ 100 mil por ano.
Outro dado interessante: existe uma curva acentuada de crescimento do faturamento com o passar dos anos. Comércios com faturamento de até R$ 100 mil por ano têm idade média de funcionamento de quase 8 anos, enquanto os com faturamento acima de R$ 5,1 milhões têm acima de 22 anos.
Bicicletas mais vendidas – Tomando como base os dados da Pesquisa Anual de Comércio Varejista 2021, é possível formar um perfil típico de uma loja de bicicletas no Brasil: Lojas com 4 funcionários, com faturamento anual médio entre R$ 501 mil e R$ 1 milhão e no mercado há 10 anos.
Em relação aos modelos comercializados, fica clara mais uma vez a preferência pelas mountain bikes no Brasil: ela está presente em 98% dos comércios especializados em bikes. Além disso, as MTBs também representam a maior participação no volume de vendas.
O grande destaque, porém, são as elétricas. De 2018 até 2021, o crescimento de lojas que passaram a vender modelos elétricos foi de 150%. Atualmente, metade das lojas no Brasil já trabalha com algum modelo de bike elétrica.
Outra tendência muito clara são as bicicletas modelo gravel, que nas pesquisas anteriores não foram incluídas: elas já estão presentes em 35% das lojas. Outro indicador interessante é que 38% já trabalham com modelos infantis do tipo “balance bike” (bicicleta de equilíbrio).
Como a pesquisa de vendas do primeiro semestre já havia apontado, as bicicletas chamadas de entrada são maioria: 61% das bikes vendidas têm valor de até R$ 3 mil. As que custam acima de R$ 10 mil representam 5% das vendas.
Vendas online – Mais um dado relevante da Pesquisa é uma tendência que pode ter sido acelerada pela pandemia. O comércio eletrônico de bicicletas e componentes cresceu 11 pontos percentuais de 2020 para 2021, sendo uma prática já presente em 51% das lojas brasileiras.
Dentre as modalidades de comércio eletrônico, 38,2% se utilizam apenas das plataformas de marketplace, enquanto 30,9% utilizam apenas website próprio para as vendas online. Outros 30,9% combinam tanto site próprio quanto anúncios e vendas através de marketplace.
A plataforma mais utilizada, com grande diferença, é o Mercado Livre, com 71,4%. A lista segue com OLX e Magazine Luiza (20,4%), Instagram/Facebook (16,3%), Americanas (12,2%). Logo abaixo, com o mesmo percentual do Submarino, está a Semexe, marketplace especializado em bicicletas que apareceu pela primeira vez na Pesquisa Anual da Aliança Bike.
Tendências para o ano – Das mais de 180 lojas que responderam à pesquisa, 63% acreditam que terão um 2021 com faturamento superior a 2020, enquanto que apenas 16% dos respondentes acreditam que o faturamento deve ser inferior. É bom lembrar: 2020 teve um crescimento de 50% em vendas de bicicletas em relação a 2019.
Perguntados sobre as medidas que fariam com que mais pessoas utilizassem a bicicleta, a redução da carga tributária, mais uma vez, foi a resposta com o maior número de indicações de prioridade: 66% dos respondentes indicaram que reduzir os impostos seria prioridade principal.
A Pesquisa Anual de Comércio Varejista de Bicicletas e o Boletim Técnico Comércio Varejista de Bicicletas estão neste link.