26 de julho de 2024
Foto: Matthew de Lorme / Divulgação

Raíza Goulão comenta sobre sua participação na etapa alemã da Copa do Mundo de XCO

Atleta de Pirenópolis (GO) participou de mais uma etapa da Copa do Mundo de MTB, realizada neste último fim de semana em Albstadt

Um fim de semana com muitas novidades, em uma pista que fica muito perigosa quando chove. Apesar de ser conhecido como um dos percursos menos técnicos dentre as etapas da Copa do Mundo, essa prova mostrou o contrário.

A grande novidade foi a estreia do Short Track (XCC) na sexta feira, prévia da prova de XCO, com as 40 atletas mais bem classificadas no ranking, que define o grid de largada e oferece importantes pontos para o ranking da Copa do Mundo.

Foto: Matthew de Lorme / Divulgação

Chegamos em Albstadt na quarta à noite e só consegui ir na pista na quinta. Estava muito frio e chuvoso, o que deixou a pista muito escorregadia. As condições pareciam com a pista do Pan-americano da Colômbia quando também chegamos lá. Neste primeiro treino de reconhecimento, a luta foi por se manter na bike sem cair.

O sol deu as caras na sexta feira e a pista ficou menos desconfortável, porém foi o dia do XCC e encarei a prova sem ter feito um treino neste circuito reduzido. Foi uma prova de pura explosão e não consegui encontrar um bom ritmo.

Cometi um erro na largada e fiquei para trás. Acabei ficando presa no tráfego em 2 pontos na primeira volta, o que desconectou dos pelotões da frente. Foi uma sensação de frustração grande e acabei perdendo a concentração e fazendo uma prova muito ruim, mas levo lições importantes para os XCCs das próximas etapas.

Foto: Matthew de Lorme / Divulgação

No sábado, já com uma pista mais seca, ainda tinham alguns pontos bem escorregadios, porém todos pedaláveis. Consegui realizar um treino mais tranquilo e retomar um pouco a confiança.

Agradeço o meu coach Flavio Magtaz pelo apoio no sábado à noite, por me ajudar a retomar o foco e a concentração. Estabelecemos objetivos desafiadores, porém realistas diante das condições que se apresentavam, já que voltou a chover e o percurso voltaria a ficar muito difícil para mim.

Após uma boa largada, tentei me manter entre as top 20, mas senti o esforço e a pista apresentava trechos muito escorregadios e perigosos. Muitas atletas caíram e pela primeira vez em minha carreira de atleta de elite, tive que fazer a linha B durante toda a prova, o que me fez perder bastante tempo em relação às atletas europeias mais acostumadas com estas condições. No único momento em que decidi encarar um drop para buscar 2 posições, tive uma queda bem feia. Felizmente não tive lesões e só precisei levantar e arrumar a bicicleta, mas isso me custou 3 posições.

Usei pneus de chuva que funcionaram muito bem enquanto a bike não acumulou muito barro, com pedras pequenas no downtube, perto do pedivela. Isso acabou freando a roda traseira e atrapalhando a tração, sem contar as paradas necessárias para tentar limpar um pouco.

Consegui finalizar na 28° posição, não satisfeita com minha performance, mas feliz de ter saído inteira e não ter me machucado. Saio de Albstadt com a conclusão de que preciso treinar mais nessas condições, já que o resultado foi consequência das minhas limitações técnicas em pistas muito escorregadias.

Agora o negócio é olhar para frente, filtrar os aprendizados e recuperar bem pois já temos mais uma etapa da Copa do mundo logo aí.

Agradeço minha equipe PMRA Racing Team por todo o suporte.

Sobre a autora

Destaque no cenário do Mountain Bike brasileiro e internacional, Raiza Goulão iniciou sua carreira em 2010 em sua cidade natal, Pirenópolis (GO). Desde então, a ciclista vem acumulando em seu currículo títulos como o 1º lugar no Pan-americano de MTB em 2012 e 2013, 1º lugar no Latino-americano de MTB em 2013 e o 6º lugar na World Cup do Canadá em 2013, entre outros. Atualmente, Raiza é hoje a brasileira mais bem colocada no ranking da UCI, ocupando a 9ª colocação.
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