24 de abril de 2024
Foto: Artur Colombo / Trensurb

Metrô de Porto Alegre (RS) comemora 10 anos de seu programa de incentivo ao uso da bicicleta

Iniciativa Ciclista Trensurb promoveu a liberação do transporte de bicicletas no metrô em horários específicos

Neste mês, o Programa Ciclista Trensurb completa 10 anos. Trata-se de uma iniciativa da empresa metroviária, que, em 2008, liberou o transporte de bicicletas nos trens da cidade de Porto Alegre (RS), buscando atender às diretrizes do Programa Brasileiro de Mobilidade por Bicicletas, da Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana, do Ministério das Cidades. O programa nacional buscou servir de referência para os municípios que desejassem incentivar o uso da bicicleta, visto como fundamental para a mobilidade urbana sustentável. O programa da Trensurb, por sua vez, define horários específicos para o transporte de bicicletas no metrô: de segunda a sábado, das 9h30 às 11h, das 14h às 16h e das 21h às 23h20; aos domingos e feriados, durante todo o horário de operação, das 5h às 23h20.

Para Frank Alves Ferreira, chefe substituto do Setor de Planejamento e Projetos de Mobilidade Urbana da Trensurb, o programa “é importante para promover a integração com outros modos de transporte. Isso incentiva a mobilidade e aumenta a abrangência da área de influência da empresa”. A área de influência, neste caso, é o raio geográfico que a Trensurb consegue abranger com o seu serviço. “Para cada usuário pedestre, o raio de influência é de um quilômetro da estação. De bicicleta, o raio de influência aumenta para cinco quilômetros”, explica Frank. Isso significa que permitir o embarque de bicicletas no metrô pode fazer com que mais usuários tenham condições de utilizar o sistema sem precisar de outros modais como carro ou ônibus. Frank também destaca que, graças ao Programa Ciclista Trensurb, os trens série 200 já foram projetados com espaços reservados para bicicletas. Além disso, dois trens da série 100 passaram por reformas no layout interno e também receberem espaços destinados aos ciclistas e seus veículos.

“Para cada usuário pedestre, o raio de influência é de um quilômetro da estação. De bicicleta, o raio de influência aumenta para cinco quilômetros”

Entusiasta do ciclismo, Peterson Laste mora em Canoas e costuma usar o metrô com frequência, boa parte das vezes carregando sua bicicleta. Ele conta que, nos últimos invernos, beneficiou-se do Programa Ciclista Trensurb diversas vezes ao visitar a namorada em Porto Alegre, à noite. Segundo Peterson, era difícil ir de bicicleta de Canoas até a capital nas noites frias, então ele usava o trem para encurtar a distância da pedalada. O ciclista faz parte do grupo Pedala Canoas, que incentiva o uso da bicicleta no município, e, para ele, o programa da Trensurb é importante especialmente para pessoas de baixa renda, que, fazendo a integração entre trem e bicicleta, podem chegar mais longe. “O dinheiro que eu economizo pegando o trem e vindo de bicicleta até minha casa, sem pegar outros transportes, é um grande benefício”, afirma. Além da vantagem financeira, Peterson destaca os benefícios que pedalar pode trazer também para a saúde.

“O dinheiro que eu economizo pegando o trem e vindo de bicicleta até minha casa, sem pegar outros transportes, é um grande benefício”

Um dos idealizadores do programa da Trensurb, o engenheiro Sidemar Francisco da Silva afirma que permitir o ingresso de ciclistas no metrô sempre foi algo tratado com muita cautela na empresa. Porém, a partir do engajamento do governo federal, com a criação de um programa nacional específico, “foi imaginada, junto à área de mobilidade na época, uma forma de viabilizar o transporte e entender que a bicicleta é também uma forma de produzir integração com o sistema metroviário”, conforme relata Sidemar. Ele lembra ainda que, até 2008, para embarcar em um trem com sua bicicleta, o usuário precisava retirar uma das rodas. “Na época, para alguém levar uma bicicleta dentro do trem, tinha que transportá-la como um pacote”, diz Sidemar. Com o Programa Ciclista Trensurb, essa realidade mudou. O engenheiro explica: “A nossa ideia era permitir que, de fato, o usuário pudesse conduzir sua bicicleta sem mais ter que desmontá-la, mas, para isso, foi necessário pensar em horários específicos para esse transporte, para não prejudicar a circulação dos outros usuários”.

Fonte: Trensurb

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